O terceiro festival de cinema de Paulínia terminou ontem com duas unanimidades entre os críticos: Dores & Amores, um filme que pretendia ser sobre o amor, mas que só tem pegação, foi o pior entre os longas. Dos curtas, Quem Vai Comer Minha Mulher?, com Cauã Reymond e desnecessariamente todo falado em inglês, foi o mais detestado.
O curta-metragem se passa em um balcão de um bar aparentemente americano. Turley (Bernardo Melo Barreto, também coprodutor) pede para seu melhor amigo, interpretado por Cauã Reymond, transar com sua própria mulher, para quitar uma traição. Mas Cauã passa a falar das suas habilidades sexuais e o amigo desiste da "irmandade do pênis".
O desastre que seria o filme já se prenunciou na apresentação, quando o diretor, Rodrigo Bittencourt, subiu ao palco cantarolando para Marina Person, mestre-de-cerimônias do evento.
Já Dores & Amores, o pior filme do festival de Paulínia, desbancou As Doze Estrelas, exibido no primeiro dia de competição. Espectadores deixara a sala durante a projeção. O debate sobre o longa, no dia seguinte, foi tenso. O diretor, Ricardo Pinto e Silva, disse que estava em um tribunal. Um jornalista falou ao cineasta que o filme era "vexatório", que não deveria ter sido inscrito em um festival.
O longa é sobre uma diretora de marketing de uma agência de modelos, "inteligente e sensível", que não consegue se dar bem com os homens, todos galinhas (assim como as mulheres).
Dores & Amores "ganhou", assim, o troféu virtual Menina de Framboesa (uma alusão ao troféu de Paulínia, o Menina de Ouro, e à "premiação" que antecede o Oscar). O blog colheu alguns depoimentos de críticos sobre o filme:
Suyene Correia (Jornal da Cidade, de Aracaju) - "Pra mim isso não é cinema, não se enquadra na linguagem cinematográfica. Numa frase, é uma metanovela, uma novela dentro de outra. Cinema passa longe".
Christian Petermann (Guia da Folha, Todo Seu) - "O filme não tem noção de cinema, desrespeita a inteligência do espectador e é extremamente antiquado".
Neusa Barbosa (Cineweb) - "[O "troféu" Menina de Framboesa vai para Dores & Amores] "pela total incapacidade de tratar do tema a que se propõe. Deu tudo errado".
Orlando Margarido (Carta Capital) - "Acho que é um filme equivocado sob todos os lados que olharmos, na pseudo teledramaturgia transportada para o cinema, na fragilidade dos personagens, no preconceito".
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